sexta-feira, 21 de maio de 2010

Poesia nos trilhos

Esses dias me deparei com algo inusitado e que se revelou uma grata surpresa.
Enquanto aguardava na plataforma da estação por um trem em que pudesse entrar, comecei a observar as coisas ao meu redor. Olhava as pessoas que ali aguardavam, ouvia uma conversa aqui e ali e numa das vezes que tirei os olhos do livro que lia para ver se o tão esperado trem vazio estava chegando, meus olhos perceberam uma inscrição na parte superior das paredes à minha frente. Ainda sem entender bem do que se tratava, comecei a ler por cima do teto do vagão as seguintes palavras: "Para ser grande, sê inteiro: nada"

Que frase impressionante era aquela? Realmente emblemática, como descreveria posteriormente meu amigo Luiz. Precisei aguardar até que o trem partisse para que pudesse voltar a ler...

"...Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."

Fiquei bem impressionado e depois vim a saber que se tratam de versos de Ricardo Reis, um dos heteronimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Esses e outros versos e sonetos estão presentes em diversas estações do metrô de São Paulo. Se não reparou ainda, aproveite a partir de agora. Pode trazer pro seu dia, ainda que chuvos, frio, atribulado, um pouco mais de poesia, beleza e cultura.

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