quinta-feira, 13 de maio de 2010

Para aqueles que gostam do Brasil

Costumo dizer que pelo menos a cada quatro anos a gente se sente mais brasileiro. E 2010 é um desses tais anos. Ano em que cada um se orgulha de vestir verde amarelo, crianças e adultos se reunem para trocar figurinhas do álbum da Copa, ano em que tantos milhões de tvs e rádios ficarão sintonizados para que esse povo torça, vibre, cante, chore e quiçá comemore. Pena que nem sempre seja assim. Pena que nem tudo seja alegria. Apesar de tudo e de todos o brasileiro continua confiante no país que o seu Brasil pode vir a ser. E eu sou um deles!
Falando em rádio, ouvi nessa tarde um texto adaptado e narrado por Salomão Schvartzman com sua marcante voz para aqueles que gostam do Brasil. Leia e, se preferir ouça, clicando no link (http://bandnewsfm.band.com.br/pop_audio.asp?MMS=http://www.bandnewsfm.com.br/audio/SALOMAO_1205.mp3&ID=300987)
Vale a pena!



Meu país

Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde os que tem razão passam a ser vis
E maltratam o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país em que as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com noventa milhões de analfabetos
E uma multidão maior de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez e nem direitos
Mas corruptos têm voz, tem vez, tem bis
E o respaldo de um espírito comum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país

Onde o povo da fila só é feliz
Quando tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país

Um país em que doente não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que perdeu a compostura
Atendendo a ditadores sutis e políticos
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser um país que faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornô e inglês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De dizer o que pensa e o que diz
Que não é capaz de curar a cicatriz
Desse povo tão bom que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país


Mas seja, com certeza, feliz!

Um comentário:

  1. Eu não!

    Costumo dizer que de 4 em 4 anos temos uma desculpa para sair mais cedo do trabalho ou temos uma pausa para se divertir e se distrair, só!
    =P

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