sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Primavera e costume

Subi, paguei, sentei-me. Comecei a ler, como de costume, mas algo incomodava, mais que de costume, então parei. Era a mulher...que mais do que falar animadamente, tagarelava expansivamente contando ao motorista sobre a se-vergonha-da mulher-do-amigo-traído-blá-blá-blá...Não fosse suficiente, outras duas falavam entre si quando encontraram com uma terceira, enquanto outra falava ao celular e outra ainda mudava de lugar para conversar com a colega mais de perto. E no escritório mais gente falando mais alto que de costume...e ouvindo música, o que, digamos assim não é de costume. Será hoje o dia da comunicação, do bate-papo, da fofoca, mas será o benedito??!

Soube então que era o dia do início da primavera...que aliás acaba em 21 de dezembro, dia em que eu comecei. E então as árvores começam a florir, os gramados a verdejar, os amores a desabrochar. Também está se iniciando o ciclo da lua cheia. Será que essa combinação é que estava afetando a verve de toda aquela gente? Não sei, mas espero que amanhã tenhamos mais flores e menos falatório...como de costume.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ontem eu orei por você

Sempre lembro da Tia Neusa me dizendo que eu constantemente estava em suas orações, o que era algo diferente e que muito me confortava.

Raríssimas vezes fiquei em dormir em minha vida, não importa o problema que tivesse ou a situação que estivesse passando. Por outro lado, algumas vezes meus pensamentos me ocupam tanto que me impedem de simplesmente deitar e dormir e normalmente me levanto e começo a escrever as idéias que pipocam em minha cabeça.

Mas aquela noite foi diferente. Estava preocupado e pensava muito em você. Você se abriu conosco de maneira tão desreocupada, mesmo se tratando de algo que jamais comentara com outras pessoas. Foi como um pedido de ajuda e eu queria ajudar...só não sabia exatamente como. Deveria falar ali mesmo? Procurar por você em outro momento?

Então, pensando em você, naquela noite eu orei. E pedi por você. De coração, sem nada pedir em troca.

E assim, continuei orando...pelo amigo que viajava, pela mãe em dificuldade, pela família desunida, pelas crianças, por aqueles que sentem frio, pelos que procuram por oportunidades, por aqueles que precisam perdoar (se), ...e tantas outras coisas até que sem perceber adormeci .

E me senti tão bem por isso, bem comigo mesmo, de bem com a vida...


Quero então propor que você ore (reze, pense, envie pensamentos positivos) por alguém. Um alguém especial, seja por ser muito querida ou por estar muito necessitada de auxílio de qualquer natureza. E se possível, no dia seguinte, diga à essa pessoa: - Ontem, eu orei por você!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Uma questão de tempo...e perdão

O tempo é precioso por princípio, uma vez perdido não há como recuperá-lo.

Nem importa se a pessoa que o perde tem títulos, emprego ou residência fixa. Assim como fará pouca ou nehuma diferença se suas horas fossem cobradas (tempo é dinheiro) ou desperdiçadas por aquele que se atrasa (ladrão de tempo, que no Oriente é tido como indigno de confiança). Simplesmente não volta atrás.

Tudo isso pra falar de perdão...isso mesmo perdão. Pode parecer estranho, mas já vai fazer sentido (espero).

Os tempos estão sendo abreviados, o que não é novidade no meio cristão, aliás nem fora dele já que muitos têm a nítida sensação de que o tempo tem passado muito depressa. De modo geral, você que tem 20, 30, 40 ou 50 anos de idade não viveu tudo isso, o que reforça o dito que a vida é curta.

(Comentário em off: Posso parecer questioná-lo(a), mas quando aponto um dedo para você, estou apontando três dedos para mim)

A vida é curta demais para você perder tempo com picuinhas e ir dormir de cara feia, ou coração apertado. Você quer ter razão ou ser feliz? Deve ter escolhido a segunda opção, mas vive agindo em prol da primeira? Pense bem. Vale a pena ficar brigado uma semana (um mês, um ano, uma vida...) pra só então perdoar e voltar a ter alegria? Se você já sabe que, como na maioria das vezes, vai perdoar, pra que ficar esperando? Mesmo que tenha razão, perdoe agora, já, imediatamente... e vá ser feliz, pois é isso o que realmente importa!

Até porque pode ser que se deixar pra depois... não dê mais tempo.

Pense nisso.

domingo, 5 de setembro de 2010

Ói nóis aqui traveis!

Depois de um longo inverno, mesmo sendo com mais calor do que frio propriamente dito, estou de volta.
E não tem necessariamente uma justificativa adequada para minha ausência, a não ser pelo fato de que não tenho tido a disciplina ou a criatividade que julgo necessária para escrever algo que valha a pena ser lido.
Tenho pensado numa maneira mais efetiva de colocar em prática o nome do blog, de forma que possa realmente propor idéias, sejam elas minhas ou alheias. Para isso, tenho escrito algumas poucas linhas a mão pra que possa amadurecê-las.
Enquanto isso, reproduzo um dos textos fantásticos que constam de um dos livros que, aproveitando o feriadão, estou lendo: O Melhor de Max Gehringer na CBN. baseado em sua experiência, ele relata alguns fatos cotidianos do mundo corporativo com muita perspicácia e até certa dose de ironia, fazendo dessa leitura algo prazeroso e que me fez rir, embora sejam assuntos sérios. Boa leitura!

Ótimas idéias para o chefe? Só com testemunhas!
Todo mundo conhece a história do ovo de Colombo. Mas a história por trás da história é ainda melhor. A história diz que o cardeal Mendoza, da Espanha, ofereceu um banquete após Colombo ter descoberto a América. Que, na época, ainda não chamava América, chamava novo mundo, mas Isso não tem importância. Como muita gente invejosa havia sido convidada para a boca-livre, algumas pessoas se puseram a diminuir os méritos de Colombo, dizendo que qualquer um, com um barquinho e um pouco de sorte, podia ter chegado onde Colombo chegara. Colombo então os desafiou a colocar um ovo em pé. O garçom, que na época também não chamava garçom, chamava Juan, providenciou um ovo fresquinho e todo mundo tentou, mas ninguém conseguiu. Porque ninguém pensou no que Colombo faria a seguir. Quebrar uma das extremidades do ovo. Moral da história, depois que alguém mostra o caminho, é fácil segui-lo. A história é ótima, mas os historiadores afirmam que o verdadeiro pai do ovo não foi Colombo. Foi um arquiteto italiano da renascença, Filipo Bruneleschi, que havia feito o mesmo truque alguns anos antes. Colombo, que era italiano, sabia da história. Mas os espanhóis não sabiam e ficaram encantados com a criatividade de Colombo. Segunda moral da história. Quando uma idéia é boa e sua autoria é duvidosa, leva vantagem quem tem mais prestígio. No mundo corporativo, é muito comum um funcionário ter uma idéia, e apresentá-la para o chefe. Aí, o chefe diz que a idéia não é boa e pede para o funcionário esquecê-la. Uma semana depois, o chefe apresenta a idéia como se tivesse sido dele e não do funcionário. Terceira moral da história. Só bote um ovo em pé na mesa do chefe se houver testemunhas.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Palavras sábias de Don Quijote de La mancha

"Primeramente, ¡0h hijo!, has de temer a Dios, porque en el temerle está la sabiduría, y siendo sabio no podrás errar en nada. Lo segundo, has de poner los ojos en quien eres, procurando conocerte a ti mesmo, que es el más dificil conocimiento que puede imaginarse. Del conocerte saldrá el no hincharte como como la rana que quiso igualarse como un buey...Haz gala, Sancho, de la humidad de tu linaje, y no te desprecies de decir que vienes de labradores; porque viendo que no te corres, ninguno se pondrá a correte, y préciate más de ser humilde virtuoso que pecador soberbio. (...). Hallen en ti más compasión las lágrimas del pobre, pero no más justicia, que las informaciones del rico. En lo que toca a cómo has de gobernar tu persona y casa, Sancho, lo primero que te encargo es que seas limpio, y que te cortes las uñas. Anda despacio, habla lentamente pero no de manera que parezca que te escuchas a ti mismo. Come poco y no bebas demasiado. Sé moderado en tu sueño y considera que el que no madruga con el sol no goza del día."

sábado, 5 de junho de 2010

Será que esse nome pega?

O ser humano é algo bem complicado, não? Costumo dizer que escolhi as ciências humanas, tentando fugir dos cálculos e números, com os quais até que me viro bem. Pois bem, fiz minha escolha, da qual não me arrependo. O detalhe é que, assim como outros, na hora de lidar com as pessoas, fico esperando resultados exatos e se há uma coisa que devemos esperar é que sejamos justamente inexatos, complexos, diversos.

Vejamos um exemplo prático e pessoal. Reluto bastante a entrar nas chamadas redes sociais, pois mesmo entendendo a utilidade das mesmas, fico um tanto ressabiado em me expor e publicar coisas a meu respeito. Saindo um pouco desse paradigma, o baseado no desejo de praticar a escrita e quem sabe descobrir se tenho algo a dizer que as pessoas queiram escutar, inaugurei o presente blog.

O problema é que contrariando meu instinto de auto-preservação, agora quero que o blog chegue até as pessoas, que elas comentem, que eu as inspire, que digam pra eu desistir, digo continuar em frente. Lendo o título outro dia, crítico que sou de mim mesmo, me pus a perguntar: Será que o nome do blog passa a idéia certa ou quem lê acha um pouco esnobe (diz ele /ela com ironia: Puxa, uma fonte de idéias! Que pessoa culta e inovadora!) e desiste antes mesmo de lê-lo?
Posso até estar exagerando, mas antes prevenir, certo? Vamos ao siginificado pretendido então!

Originalmente, era um trocadilho sugerido pela Stelles, conforme mencionei no discurso de inauguração (presunçoso...rss), e a isso adicionei um novo entedimento: Primeiramente, o Arial 12 corresponde a um tipo de fonte, um estilo de letra de forma e seu respectivo tamanho padrão. Soma-se a isso o fato de eu costumar escrever à caneta para só depois digitar, pois é assim que funciono melhor, é assim que consigo raciocinar, ter idéias. E como último detalhe, minha letra é toda certinha e de forma, chegando ao ponto de alguns dizerem que parece ter sido digitada. Entendeu, hã, hã, hã (acompanhado do movimento da mão que diz: pegou a idéia)?!

Bom, espero ter conseguido explicar. Agora me diga você: Será que esse nome pega?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um aniversário feliz

No último dia 29 uma colega ficou noiva, o que já não é tão comum nos dias de hoje. Melhor ainda foi a surpresa que o namorado fez. Na hora de partir o bolo, disse que queria fazer um pedido especial de aniversário e tirando do bolso um par de alianças, singelamente pediu... a mão dela em casamento.

Tenho uma relação estraha com meu aniversário, mas aquele foi diferente.

Era o ano de 96 e fomos comemorar com um jantar no Pennsylvania, restaurante que quando ainda ficava no anexo do Citibank na Av. Paulista, marcou uma das nossas primeiras saídas de carro. Após nos acomodarmos à mesa, voltei para buscar as alianças escondidas no porta-luvas. Percebendo minha indecisão em retornar, o mâitre me abordou oferecendo ajuda. Contei sobre minhas intenções e pedi que nos trouxesse as alianças ao final do jantar. Tudo combinado, voltei para o meu lugar, comemos e conversamos ao som do piano ao vivo. Qual não foi a minha decepção quando ela recusou a sobremesa. Com a proposta de dividirmos meio a meio o que fosse servido, ela aceitou. E assim, voltamos ao plano original. Justamente quando o garçom caminhava em direção à nossa mesa, ela resolveu ir ao toilette e então vi meu atento cúmplice fazendo sinais para que o rapaz desse meia volta. De volta á mesa, ela sentou-se à minha frente, e finalmente nos foi trazido o prato, coberto por uma redoma de prata. Entre surpresa e desconfiada ela me perguntou: O que é isso? Disse que ela gostaria, ou pelo menos esperava que sim e pedi que retirasse a tampa. Diante da caixinha de couro cinza desvendada, levantou-se e abraçou-me apertado por sobre a mesa. Nos beijamos entre lágrimas e ficamos nos olhando sem nada dizer. Nosso silêncio só foi interrompido pelo pianista que pedia a atenção dos poucos presentes, informando que eu acabara de pedí-la em casamento. Recebemos uma salva de palmas e em seguida dedicou-nos uma canção, dedilhando ao piano "Como é grande o meu amor por você". Carlos, meu inesperado e valioso parceiro, veio também nos cumprimentar com os votos que fôssemos tão felizes quanto ele no casamento. Gostaria de um dia encontrá-lo novamente para dizer que deu muito certo e que ele e sua equipe nos proporcionaram algo especial.

Se me lembro bem, paguei a conta em dinheiro mesmo, as alianças eram de um modelo simples da H. Stern, o jantar certamente poderia ter sido mais caro, mas a combinação dos acontecimentos daquela noite, simplesmente não tem preço.