quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um aniversário feliz

No último dia 29 uma colega ficou noiva, o que já não é tão comum nos dias de hoje. Melhor ainda foi a surpresa que o namorado fez. Na hora de partir o bolo, disse que queria fazer um pedido especial de aniversário e tirando do bolso um par de alianças, singelamente pediu... a mão dela em casamento.

Tenho uma relação estraha com meu aniversário, mas aquele foi diferente.

Era o ano de 96 e fomos comemorar com um jantar no Pennsylvania, restaurante que quando ainda ficava no anexo do Citibank na Av. Paulista, marcou uma das nossas primeiras saídas de carro. Após nos acomodarmos à mesa, voltei para buscar as alianças escondidas no porta-luvas. Percebendo minha indecisão em retornar, o mâitre me abordou oferecendo ajuda. Contei sobre minhas intenções e pedi que nos trouxesse as alianças ao final do jantar. Tudo combinado, voltei para o meu lugar, comemos e conversamos ao som do piano ao vivo. Qual não foi a minha decepção quando ela recusou a sobremesa. Com a proposta de dividirmos meio a meio o que fosse servido, ela aceitou. E assim, voltamos ao plano original. Justamente quando o garçom caminhava em direção à nossa mesa, ela resolveu ir ao toilette e então vi meu atento cúmplice fazendo sinais para que o rapaz desse meia volta. De volta á mesa, ela sentou-se à minha frente, e finalmente nos foi trazido o prato, coberto por uma redoma de prata. Entre surpresa e desconfiada ela me perguntou: O que é isso? Disse que ela gostaria, ou pelo menos esperava que sim e pedi que retirasse a tampa. Diante da caixinha de couro cinza desvendada, levantou-se e abraçou-me apertado por sobre a mesa. Nos beijamos entre lágrimas e ficamos nos olhando sem nada dizer. Nosso silêncio só foi interrompido pelo pianista que pedia a atenção dos poucos presentes, informando que eu acabara de pedí-la em casamento. Recebemos uma salva de palmas e em seguida dedicou-nos uma canção, dedilhando ao piano "Como é grande o meu amor por você". Carlos, meu inesperado e valioso parceiro, veio também nos cumprimentar com os votos que fôssemos tão felizes quanto ele no casamento. Gostaria de um dia encontrá-lo novamente para dizer que deu muito certo e que ele e sua equipe nos proporcionaram algo especial.

Se me lembro bem, paguei a conta em dinheiro mesmo, as alianças eram de um modelo simples da H. Stern, o jantar certamente poderia ter sido mais caro, mas a combinação dos acontecimentos daquela noite, simplesmente não tem preço.

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